Viajantes Interplanetários

quarta-feira, 10 de abril de 2013

PACOTE COMPLETO E FECHADO


Sem exceção. Todas as vezes que defendi que a poesia deve ser uma atividade de disciplina rígida, algum interlocutor vem com alguma alusão direta a sistemas métricos e versos rimados. Não sei se me expresso mal ou o verso contado e/ou rimado passa a impressão de algo difícil. Não é difícil, mas requer treino, do mesmo jeito do livre e/ou branco.
Assim como um bom poema livre não funciona apenas jogando palavras a esmo, um bom poema metrificado não funciona apenas atingindo o número de sílabas almejado.
Os versejadores de poemas livres não me parecem enfrentar tantas crises com a própria poesia: acham a cabeça, o tronco e os pés do texto com mais facilidade. Já os outros (categoria que atualmente me considero membro) às vezes perdem a noção do ridículo. Fodem a sintaxe do texto para não perder uma rima ou não quebrar uma métrica, querem um pacote completo e fechado a todo custo.
Penso, e assumo a conta e o risco por isso, que um poema de métrica e rima deve ser melhor pensado para os olhos que para os ouvidos. Acho que é coisa apenas para quem gosta de flertar com palavras; quem quer o conteúdo antes da forma deveria ficar longe de estruturas fixas. E quem quer som antes da imagem, melhor partir para parcerias musicais.

Um abraço do sinceramente cansado de ler poemas sérios com rimas infantis e poemas leves com métricas desnecessárias,
Caju.

7 comentários:

  1. Você foi bem claro. Minhas rimas surgem por si mesmas, ou então não surgem. mas se eu tiver que escolher uma modalidade, prefiro os versos livres.

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  2. Limerique

    Entendi claramente caro Fred Caju
    Você explicou tudo bem prá chuchu
    Colocou pingos nos is
    Falou tudo que quis
    Só esqueceu de mandar-nos tomar no cu.

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    Respostas
    1. Jair é nosso mestre Yoda
      poeteiro que inventa moda
      e honra seu testículo,
      não beira o ridículo
      e só escreve poema foda.

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    2. Limerique

      Fred Caju poeta super genial
      Que se diz um artista marginal
      Mandou bem à beça
      Então vamos nessa!
      Todos caprichando no textual.

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    3. eita que tá parecendo moda de viola =]

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    4. Limerique

      Era uma vez velho poeteiro
      Em cujo bolso não havia dinheiro
      Gostava tanto de mulher
      Mas sem tostão sequer
      Sem opção, tornou-se punheteiro.

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