Sinto-me em completo débito com a herança contracultural e alternativa da poesia. O cânone também me deixou marcas importantes. Nunca administrei essas duas frentes como opostas, porém recorri a um erro aceitável para todo jovem empolgado.
Achei que o grande lance seria juntar as glórias da academia com as independentes. Ledo equívoco. Esse negócio de gozar com o pau dos outros não é rock pra ninguém. Mais vale morrer na praia. Por mais tentador e fácil que seja, seguir uma manada vitoriosa não garante a partilha dos louros.
Hoje percebo que o melhor jeito de dar continuidade ao erário herdado não é expondo os diamantes, mas tentando polir a latão. Todo Aquiles tem um calcanhar vulnerável e justamente lá que a coisa é interessante.
Ao invés de repetir fórmulas (inclui as “não-fórmulas” também), mais honrado é evitar os mesmos tropeços. Essa é a essência do aprendizado. Não adianta seguir as pegadas de ninguém, o caminho é sempre diferente para cada pé.
Em terra que se tem dono não há muitas alternativas. Ou você fica permanentemente protegido mas de olhos baixos ao mandatário ou você toma o terreno por assalto. No segundo caso é bom conhecer as fraquezas e reconhecer que você também tem um calcanhar exposto.
Fred Caju
Fred Caju
Limerique
ResponderExcluirTalvez seguir em frente seja o jeito certo
Sem olhar os outros, mas de peito aberto
Não interessa o rebanho
Onde bato e não apanho
Sem amarras, mais vale pregar no deserto.
Tentar inventar a roda todo dia ajuda no processo criativo, embora muitas poucas coisas sejam originais.
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