Regresso a José Afonso.
Balada do Outono. Esta musica é considerada o ponto de inflexão da trajectória musical do cantor-compositor-poeta. Aliás foi recebida com indiferença pelos mais puristas do Canto de Coimbra.A simplicidade do acompanhamento musical, onde ainda permanece a guitarra, e onde o violão se faz sentir um pouco mais indica também a referida inflexão.
Coloco também a letra.
Meu sono vazio
Não vão acordar
Águas das fontes calai
Ó ribeiras chorai
Que eu não volto a cantar
Rios que vão dar ao mar
Deixem meus olhos secar
Águas das fontes calai
Ó ribeiras chorai
Que eu não volto A cantar
Deixem meus olhos secar
Águas das fontes calai
Ó ribeiras chorai
Que eu não volto A cantar
Águas do rio correndo
Poentes morrendo
P'ras bandas do mar
Águas das fontes calai
Ó ribeiras chorai
Que eu não volto A cantar
Poentes morrendo
P'ras bandas do mar
Águas das fontes calai
Ó ribeiras chorai
Que eu não volto A cantar
Rios que vão dar ao mar
Deixem meus olhos secar
Águas das fontes calai
Ó ribeiras chorai
Que eu não volto A cantar
Deixem meus olhos secar
Águas das fontes calai
Ó ribeiras chorai
Que eu não volto A cantar
Não rio do rio
ResponderExcluirQuando do rio as águas passadas
Deixa um vazio de fonte que chora
Será como acordar e não ver nada
Será como ter tempo sem ter hora.
Porque rios que vão dar ao oceano
São como olhas chorosos de amor
Que lembram o recente desengano
E que dão azo ao virtuoso rimador.
Contudo vejo águas do rio correndo
Só então permito meus olhos secar
Para apreciar os poentes morrendo.
Todos os rios vão para algum lugar
A ribeira chora e volta então cantar
Porque sei que um dia vai me amar.
Um belo soneto merecedor da arte do Zeca.
ExcluirBom fim de semana.
Abraço.