Alta noite, lua quieta,
muros frios, praia rasa.
Andar, andar, que um poeta
não necessita de casa.
Acaba-se a última porta.
O resto é o chão do abandono.
Um poeta, na noite morta,
não necessita de sono.
Andar...Perder o seu passo
na noite, também perdida.
Um poeta, à mercê do espaço,
nem necessita de vida.
Andar... — enquanto consente
Deus que seja a noite andada.
Porque o poeta, indiferente,
anda por andar — somente.
Não necessita de nada.
Cecília Meireles
Nossa! Bonito demais!
ResponderExcluirPerdido na noite
ResponderExcluirCair na estrada
Sem qualquer acalanto
Pela noite calada.
Grande Cecília Meirelles, sabia tudo da essência do poeta.
ResponderExcluirAbraços!
Tudo e muito mais!
ExcluirTe vi por aí. Vim conhecer teu planeta vermelho e as poesias perdidas no espaço, achadas no verso. Muito bom!
ResponderExcluirBeijo!
Muito bom!
ResponderExcluirBelíssimos versos, parabéns pela a postagem.
Excluir