Muitos sóis e luas irão nascer
Mais ondas na praia rebentar
Já não tem sentido ter ou não ter
Vivo com o meu ódio a mendigar
Tenho muitos anos para sofrer
Mais do que uma vida para andar
Beba o fel amargo até morrer
Já não tenho pena sei esperar
A cobiça é fraca melhor dizer
A vida não presta para sonhar
Minha luz dos olhos que eu vi nascer
Num dia tão breve a clarear
As àguas do rio são de correr
Cada vez mais perto sem parar
Sou como o morcego vejo sem ver
Sou como o sossego sei esperar
José Afonso
Tem outro lado
ResponderExcluirNão a vê passar, mas a vida passa
E não dá satisfação prá ninguém
E enquanto você vaga pela praça
Sua vida se foi e nunca mais vem.
Pois mais do que andar uma vida
Será o que você fez que importa
Lembre-se que ela é via só de ida
Que repeteco nenhum comporta.
E deixe de esperar com sossego
Não sobrará tanto tempo assim
Faça da existência bom emprego,
Até que chegue o inexorável fim.
Então liberto de todo desapego
Almoçará pela raiz o bom capim.
Poema e música de José Afonso com base de um relato de factos passados no Japão da Peregrinação de Fernão Mendes Pinto.
ResponderExcluirJosé Afonso era uma figura que transmitia muito sentimentos cantando e encantando. Vivendo e conhecendo mais artistas com os amigos marcianos =]
ExcluirSim, José Afonso era como disse um prestigiado jornal francês o último dinossauro da canção europeia.
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